Estarmos em paz connosco
e com o mundo é essencial. Se não nos soubermos perdoar nem aos demais, como
comummente sabido, acabamos a viver no ressentimento, na culpa e na raiva,
contribuindo assim para um estado de tensão e desbalanceamento do corpo, mente
e envolvente, que conduz à doença pessoal e do meio. Tentarmo-nos abstrair do
perdão e enveredarmos pelo cinismo ou cingirmo-nos a fingir nada se passar que
justifique a humildade do perdão não faz mais do que simular uma paz podre e
não é solução, por acabar a corroer-nos a nós também. Por vezes, para
perdoarmos temos que desocultar, olhar de frente e confrontar o motivo do
ressentimento. Dizer a verdade com intenção de esclarecer factos ou sentimentos,
porque embora podendo doer-nos ou podendo fazer doer também é um acto de
compaixão, faz analogamente avançar para o perdão, para paz e para o amor. A
boa notícia é que o perdão, embora de difícil prática, está ao alcance dos
determinados em crescer e proporcionar crescimento. A má notícia é que não
basta determinar mas também agir em conformidade, o que, para o medo e orgulho que
nos compõem, pode parecer um empreendimento à partida perdido e, por isso
mesmo, desnecessário. No velho mundo, onde o olhar para dentro em juízo de
valores pouca expressão tinha, porque a relação entre causas e consequências se
fazia manifestar mais lentamente, as nossas palavras, pensamentos e acções não
obtinham uma resposta tão imediata que nos fizesse agir em conformidade com as
nossas próprias necessidades de estabilidade sentimental, mental e física e, embora
no mais profundo dos nossos seres soubéssemos não ser assim, energeticamente, esse
mundo estava desenhado para nos podermos dar ao luxo de achar o contrario,
permitindo-nos assim mandar o medo e a arrogância para trás das costas ou
colocá-los à frente dos nosso propósitos, como se daí, em última instancia, não
adviessem consequências físicas e mentais para nós mesmos. Esta é uma ilusão
que começa agora a desvanecer-se. Senão, vejamos a crescente proliferação de
grupos e movimentos espiritualistas, humanistas, ecologistas, de solidariedade,
as medicinas alternativas e até a crescente investigação por parte das ciências
exactas visando obter redenção, conciliação e, quer interna quer externa,
salvação individual e para o planeta. Não ocasionais estes factos. Tal
transcorre de informação transmitida pela terra ao nosso ADN, informação essa
captada através dos alimentos e do meio ambiente e decorre duma necessidade planetária.
De facto, o homem, até aqui tem considerado ter mais poder para acabar com a
Terra do que tem querido saber que, o planeta, tem mais poder para acabar com
ele do que o que imagina. E se até aqui, inconscientemente, a filosofia
reinante assim tem feito parecer, daqui para a frente e a partir desta fase que
se inicia agora passará a ser o contrario. Remontando à história da Terra,
lembremos que ela já viveu muito pior do que a raça humana. Não parecendo,
porque vivemos a dor de o sermos, o homem tem sido dos menores problemas para a
terra até aqui, e assim continuará a ser até que ela mesma, em função de
necessidades macro planetárias e cósmicas, decida o contrário. Ainda que nos
alheemos deste facto, a nossa existência não é alheia nem indissociável da
existência do planeta. A vida não se trata de ser “as nossas necessidades”,
como nos é comum pensar, mas sim, para quem nela habita, trata-se de serem as
necessidades da terra, que dela as partilha connosco. Estamos intimamente
ligados à sua composição e estrutura morfológica e energética de formas tão
profundas que acaba a ser ela a ditar-nos as suas necessidades, aqui e no caso
do perdão, advenientes do que em seu benefício produz a reconciliação dos
homens consigo mesmos e com o ambiente. Daí o estar agora a reclamar o perdão
como força geradora de uma energia da qual carece e, ao dar-nos o sentimento de
dele carecermos também leva-nos a fazer por lha conceder. Evitá-lo, é ditarmos a
velocidade com que o planeta se encarregará de correr connosco, nas várias
formas por ele disponíveis: De doenças a catástrofes e guerras. Que ele fica e
continuará, com ou sem humanos, e atraindo sempre o que lhe beneficie e sacie
as necessidades. E o amor e o perdão, não tenhamos dúvidas, por hora começa a
ser o mais reclamado. Quer brinquemos ou não com o facto ou dele duvidemos,
inicia-se agora, a partir de 21 – 12 – 12, uma era de milhares de anos
em que a necessidade da Terra se afirma como sendo essa, a de uma terra limpa
na qual o amor passe lentamente a tomar posse e a governar o que ao cimo dela
se passa. Para nos podermos abstrairmos e desresponsabilizarmos podemos até
pensar não virmos a viver nela o tempo suficiente para constatar a mudança - já
que no tempo do universo tudo acontece lentamente -, por termos meramente como
referencias o crescente número e grandeza de desgraças, injustiças, doenças e
loucura reinante, mas ao fazê-lo, porque estamos a negar aos futuros e ao
próprio planeta um legado positivo que ele mesmo exige, inconscientemente, acabamos
igualmente a angariar para nós mesmos a culpa e o ressentimento, que se não perdoados
conscientemente conduzem à doença. Estes são factores que de agora em diante passam
a imperar com mais evidencia nas vidas pessoais e colectivas, num ritmo cada
vez mais rápido e na mesma proporção em que as desgraças ocorrem. Podemos até
pensar que os que assim pensam e fazem recair sobre crenças além do material a
sua atitude perante a vida fazem-no por necessidade de acreditar em algo alheio
ao homem somente por mera evasão e alheamento da realidade. Por fraqueza dirão
alguns. Como se o homem fosse o centro do universo. Mas se repararmos, termo-lo
feito debilmente ou mesmo não feito de todo, até agora, também tem conduzido à
situação actual em que se vive cá nesta nossa terra. Também é fácil pensarmos
tal como, como se costuma dizer, conquanto não nos caia em cima da cabeça ou
enquanto não acontecer não haverá necessidade de refreamos o ímpeto de
pensarmos sermos imunes às causas que plantamos. Porém, pode tardar mas, dita a
lei da vida, que tarde ou cedo chega, sempre. Podemos ainda pensar que os
moldes nos quais assenta a sociedade capitalista e tecnológica - que no âmbito
da tecnologia nunca será válida se não for acompanhada do principio da
reconciliação do homem com ele mesmo e com a natureza – serão o meio de manter
as coisas e os propósitos da nossa existência humana, mas avaliando o que se
manifesta na realidade mundial do momento, percebemos igualmente que o planeta
nos está a dar sinais e a comunicar que a acção humana, nos moldes actuais,
está falida e não cumpre os requisitos por ele exigidos e, por consequência, do
homem, necessitando doutra acção e doutro tipo de pensamento e troca de
sentimentos entre humanos. Por isso os crescentes sentimentos de empatia que, a
par dos de revolta, surgem por todo o lado, porque essa necessidade de
reconciliação individual e colectiva, em manifestação de amor, faz o planeta
sossegar-se também. Daí a necessidade de atender ao perdão que, sem necessidade
de interpretações transcendentes, espiritualistas ou teológicas, no limite,
leva a uma melhor saúde e, em recurso complementar com as tecnologias limpas, a
uma maior longevidade.
Se por um lado, o
não obtermos resposta imediata para as nossa acções nos levava à rebeldia e à descrença
no homem como um ser destinado a auto-prover-se com equidade - sermos melhores
-, por outro lado também levava-nos a não sentirmos necessidade de empenhamento
na resolução dos nossos próprios males mais alargados bem como dos do que nos
rodeia. Mas o novo mundo, desta era que agora se inicia, não contempla o
alheamento destes factos, sem que a factura a pagar não seja mais imediata nas
nossas vidas e na do planeta. E ele rapidamente cobra. O darmo-nos ao luxo de
ficar presos ao nosso orgulho, fazendo-o transcorrer ao lado do perdão, passa
assim a ter consequências imediatas ao nível da doença no seu âmbito mais
alargado. Tal com na cura, ocorre o oposto. De qualquer forma, cada um enquanto
individuo é livre de se tratar e tratar em volta como mais lhe for conveniente
e possível à sua própria evolução e momento existencial. Nenhum Deus o julgará.
O juízo proceder-se-á dentre o homem e si mesmo e entre a terra e o homem. E
por aí adiante até ao cosmos do qual, como partícula mínima sujeita à sua influencia, também fazemos parte. :-)
PBC
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