quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Somos ainda primitivos.



“Penso na observância da lei de causa e efeito e na da reciprocidade energética como sendo as leis inerentes à ordem natural do universo e à qual todo e qualquer elemento nele existente está sujeito, seja esse elemento uma simples pedra, planta, animal, humano, átomo, planeta, estrela, galáxia ou o próprio universo, infinito e auto-renovável em si mesmo.

Nesse sentido, de forma restrita á função gregária da espécie humana, observo que os seus modelos económicos, sociais, políticos e financeiros, herdados da antiga Grécia e Roma, que na evolução da humanidade e da sua estruturação civilizacional tenderam a elevar-se e a sustentarem-se por modelos piramidais balizados pelo dogma ideológico, modelos estes que se erigiram em torno da centralização da estrutura social, do medo, da repressão, do capital e dos mercados, e que por questões de luta no ceio da cadeia alimentar fizeram assentar a sua própria estrutura na figura centralizada dum estado, globalmente, começam agora a dar mostras de falência. E este fenómeno resulta duma saturação decorrente dos critérios estruturantes a partir dos quais a própria estrutura de base piramidal e centralizada se fechou sobre si mesma. Do mesmo modo, no tocante à disposição desta cadeia de factores alargada aos cidadãos, o seu contributo para a falência do sistema também acontece porque, retraída por uma dependência subserviente para com o topo da pirâmide a sociedade e os cidadãos passaram a desresponsabilizar-se do seu papel equilibrante, deixando nas mãos do estado o papel que, afinal, é o exigível ao consciente colectivo dos habitantes do planeta. E é este colectivo que, ao que já se assiste, segundo a natureza da espécie, é o de maior força estruturante e equilibradora dos sistemas sociais, não por via da democracia como força eleitora de órgãos centrais mas, antes, por via da auto-regulamentação e acção produtiva e conscienciosa dos sujeitos. Em termos eco-sistematicos, e do desenvolvimento da própria espécie humana sintonizada com a evolução do planeta, este não é um evento ocasional nem indissolúvel. Muito pelo contrário. Quer se queira quer não, o que entra agora em marcha no âmbito da reorganização dos sistemas civilizacionais, e que ainda virá a decorrer durante muitos séculos, faz parte duma dinâmica imparável na qual o amor - não parecendo pela realidade espelhar o contrario -, ganha lugar. Tal transcorre duma necessidade cósmica afecta ao planeta que, ao nível do inconsciente colectivo, vai sendo informada das necessidades planetárias e cósmicas e, através das características comportamentais, emocionais, sentimentais e mentais dos indivíduos faz cumprir os seus propósitos.

É real que o desestruturar-se em todo o seu âmbito e o digladiar-se e lutar pela supremacia de castas e pelo topo, ao longo de toda a evolução da humanidade, tem feito parte das características da raça, características essas que, ainda que mal pareça, com o aumento de consciência humanitária, amorosa e cósmica do próprio homem começam a atenuar-se e a dissipar-se no intimo dos indivíduos, porque, se por um lado a sua animalidade ainda toma conta das suas acções e racionalidade, por outro, também, deixa de avançar paralelamente ao acréscimo de consciência. Notamo-lo não só no desenrolar e desfiar do pensamento como igualmente na sua concretização, tal como na diminuição da rusticidade física, por oposição à agilidade e fragilidade que começa a dominar a raça. As próprias funções cerebrais e a actividade neurológica estão mais dinâmicas, potenciadas e activas, pelo que, o homem, por causa e efeito próprios, ditados pelas necessidades planetárias, começa também agora a encontrar novas formas de se relacionar consigo e com o que a consciência cósmica dita, em uníssono com a sua própria consciência. Porque a vontade e conduta humanas são indissociáveis duma consciência mais alargada do que a sua, porque o homem não vive no éter nem resumido a si mesmo mas sim afecto a um planeta inserido num sistema, duma galáxia, dum universo. Considerá-lo com base numa “demiurgia” adquirida pela ilusão fomentada pelas conquistas materiais e civilizacionais impostas pelas velhas doutrinas políticas, religiosas, cientificas, económicas e artísticas não passa de arrogância e pretensiosismo, que o facto de se ver como um ser pensante, inteligente e edificador e regido pela ambição lhe têm fomentado. Mas a verdade é que o homem só é em conformidade com o que a terra lhe pede para fazer e ser, em reciprocidade de funções. Uma, a Terra, alimenta, pedindo em troca alimento, alimento esse fornecido pela acção do homem e solicitado através de códigos genéticos por nós assimilados. E a organização social, económica, politica, religiosa, artística, cientifica e financeira humana, à semelhança das suas características físicas, mentais, emocionais, sentimentais e até espirituais, evolutivamente, decorrem do mesmo facto que advém duma relação de ordem energética nuclear ao nível dos elementos atómicos constituintes do todo. Por isso afirmo que a humanidade ainda está longe de atingir o seu potencial máximo, que será uma realidade, não só no tocante à utilização das suas faculdades cerebrais e espirituais como também no tocante à organização dos sistemas sobre os quais faz assentar as bases das suas estruturas de pensamento, sejam elas politicas ou sejam económicas, sociais, religiosas, artísticas e científicas. De facto, embora avançados, somos ainda primitivos nestes aspectos.”

PBC in “O Grall”

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Falo por mim que dos outros falarão eles...


Estranho estranho era alguém descobrir ser fruto da obra e graça do Espírito Santo ou filho da Virgem Santíssima, questionando-se acerca das cambalhotas dadas pela mãe com um pai, quiçá, extra terreno, ou até somente existente nos sonhos de sabe-se lá que puríssima dona. Enfim. Daí estar em crer que o não nos regozijarmos pelas próprias origens é negarmos a nossa inerente existência: qualquer coisa como o colocarmos mais lenha no ficarmos presos aos padrões e comportamentos dos nossos antecessores, esses que, quais carantonhas vindas do passado, à laia de opacas assombrações, agoiram-nos a prossecução do caminho rumo à liberdade, acabando paralelamente a boicotar-nos o acesso à evolução e ampliação da especialização genealógica não só da árvore donde provimos como da espécie na qual nos inserimos. Duvidem ou não disto podem tirar o cavalinho da chuva que quanto a mim, na mesma, adianto-vos este não só mas também, que famílias fazendo tudo para manter a linhagem dentro dos limites ou clausura de alguns dos seus legados, gostos e ambições, como se todas as suas aprendizagens e dos seus antepassados fossem o standard de excelência a preservar, quais peregrinos desnorteados procurando destino mas diante dele embasbacam na eminência de se verem conduzidos a portas que, uma vez alcançadas e abertas, em vez de os livrarem de amarras, pesos e dores trazidas da ancestralidade mais o cerram. Só que ao invés, como que a certificarem-se da legitimidade e verdade da sua entidade, no lugar de avançarem para elas acabam a olhar exclusivamente para a areia existente no inicio desse caminho, a que os leva a evitar percorre-lo, pelo medo de no avanço, ao fim, encontrarem uma única porta, porventura, e acreditam-no, aquela onde a culpa divina os subjugará e punirá por terem saído a si mesmos e não aos seus. Porém, aqui, há ilusão. Esclareço: Por continuarem arreigados à culpa, digo, limitações genealógicas, não só estagnam a sua geração como represam a anterior fazendo por neutralizar nos seus predecessores a liberdade de serem. Talvez por isso mesmo queira estar atento ao legado familiar adveniente do meu lado, direccionado à minha filha. Por exemplo, à falta de melhor a oferecer-lhe mostrar-lhe-ei e ensinar-lhe-ei a comer segundo os preceitos da etiqueta da qual, por contingências familiares, lá está, papei alguns livros. A comer com as mão, com os pés e até a ajavardar também ensinarei, pois que, presumo, virá a sentar-se à mesa, e sentando-se, que possa saborear manjares de todo o tipo e em concordância com a sua consciência gustativa e fluência comportamental. É, acredito que a diversidade de modos e experiencia no adquiri-los levarão mais longe os propósitos do seu ADN e descendência. A mais, e aí falo por mim que dos outros falarão eles mas não necessariamente me convencerão, na diferença geracional, para limitado e estupidamente avesso à supressão de aberrações familiares basto eu. 

PBC

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Talvez por isso.


Se pensar que todas as vidas dariam um argumento cinematográfico mas somente algumas, pelo profundo sentido e cariz tragicómico dariam cartazes de referencia e garantias de boas audiências de imediato me ocorre a lembrança dum amigo que usava referir a psicologia do braço como sendo a mais eficaz no sanar situações de discrepância de interesses e ou conflitos. O Luís era assim uma espécie de Mumblay arraçado de capitão Adock, um convicto ritualista das questões supérfluas da existência, com quem, a determinada altura, pela intima fraternização de adolescentes, como se na altura nada mais tivesse para entreter o tempo que não no perder-me estupidamente em desvarios, qual perdulário assentindo sem querer a um programa de matine cinematográfica, acabei a acompanhá-lo ao seu psicólogo. O lá passado não contarei, de tão dantesco, surreal, cómico, indescritível e quase trágico foi. Que episódios da vida suficientemente achincalhantes para desfigurarem qualquer esperança de credibilizar uma imagem de salubridade comportamental não podem ser lançados ao Deus dará nem devem ser partilháveis gratuitamente sem que no ar não fique a pairar o desconforto característico dos palhaços frente a adultos tomados excessivamente a sério. O pouco e possível de aqui vos adiantar é o facto de que, depois desse dia, não só nunca mais regulei bem da mona como, para infelicidade dos meus pais, toda e qualquer esperança de continuarem a ter o filho até ali de orgulho caiu por terra. Já para não falar do Luís a quem já foram lidas as exéquias fúnebres. Talvez por isto, mas não só; e desculpe-me a minha mulher e amigos especialistas no assunto por quem estou rodeado em todas as frentes; gosto de pensar que um licenciado em comportamentos sem psicologia nenhuma não é um psicólogo, mas um papagaio.

PBC

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Herdada de mim.


Tenho memoria de elefante para factos da mais tenra infância e, hoje, olhando para a minha filha tentando adquirir autonomia no virar-se tive um flash back, daqueles onde uma vez mais fui atirado para um ponto preciso do meu mais remoto passado. Voltei aos cinco seis meses, àquela cama de grades de madeira bem escura onde lutei para conquistar a certeza de muitos movimentos autonomizadores como o virar-me e que, se em certos dias essa cama me oferecia o conforto da solidão e a possibilidade de mergulhar nos meus botões e exercícios primários de destreza física e intelectual noutros me fornecia uma impressão de reclusão, que me marcaria para o resto da vida. Obsevando a Laura perguntei-me se ela, um dia, tal como eu, se irá lembrar destes momentos. Lembrar-se destes momentos?!! Está parvo; dirão vocês; este gajo deve ser doido e se não excessivamente fantasista tem é a mania. Mas sabem, pouco me importa o vosso juizo. Aliás, já estou habituado a tais entendimentos das minhas capacidades. É que quando digo às pessoas que as minhas memorias remontam à mais tenra infância acham-no estranho e na maior parte das vezes duvidam da possibilidade. De facto a mim também não me é estranho que assim seja pois não são os outros e sim eu a ter um dos QI’s mais elevados do planeta. Quanto à Laura, embora já lhe tenha detectado laivos de grande inteligência preocupa-me o facto dela a poder ter semelhante à minha, já que gente como eu, por tal, frequentemente intimida, gera invejas, faz sombra e acaba a recolher-se no silencio e na solidão dum efervescente universo, muito próprio. Porque imbuído dum recorrente sentimento de se ser alienígena no próprio bairro a estupefacção diante da cegueira generalizada frente ao simples – e agora sou eu a achar estranho que assim seja – leva a ter um papel de observador nas situações que não requeiram real intervenção deixando o de participante para quem vive na sede de provar coisa nenhuma, ou somente o culto do ego. Confesso que quando assim acontece em nada me motiva participar de corriqueirices desprovidas de substancial interesse; para mim está claro. Que, e não porque queira mas por ser o inevitável a cumprir na passagem por esta vida, ser assim também me atira para caminhos onde gerar a imortalidade do sujeito através de perspectivas produzidas pelo raciocínio lógico, pelo ver por todas as células e pela sensibilidade dificilmente alcançável pelos demais, qual maldição, é a paga por ter nascido com uma estátua gravada na medula. É, é verdade, tenho a arrogância de o dizer na plena consciência de que muito poucos o disseram em vida e o alcançaram na morte.

Por todos estes motivos gostaria que na Laura, no tocante a inteligência intelectual, que a emocional vem por arrasto, não hajam semelhanças comigo e que, um dia, não venha a ser complicado para ela interrogar-se do porquê de, em meio a uma gélida sensação nos poros gritando perplexidade: “como é possível não verem, não saberem, não imaginarem nem se aperceberem do simples óbvio desenhando gestos no ar em torno?".

Por isso esta grande e egoísta hambição de que a minha filha continue a virar-se no tapete mas sobre tudo aprenda a não ir ao tapete e sim a virar-se na vivencia de quem, herdada de mim, é.

PBC

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Com os olhos da alma.


Por vezes, quanto ao comportamento e expressão humana, como tábua de salvação para certezas e dúvidas agarro-me ao amor, quando não ao raciocínio lógico, à análise e ao estudo, como se no simples fazê-lo fosse capaz de me sobrevir a acalmia do chão que piso ou mera dissipação de quezílias com que me atiçam demais. Mas de nada me adiantam tais rasgos de inteligência e sentimento pois quanto mais os vejo com os olhos da alma mais questiono o que me dizem os do corpo.

PBC

quinta-feira, 30 de maio de 2013

Depois não digam que não avisei.

                                                                          Foto: DR



Acho; o que é que querem? Acho mesmo completamente imoral, uma sem vergonhice, a lei permitir esses casamentos que há para aí entre pessoas que não são virgens. Sabe-se lá onde andaram aquelas bocas e as doenças que apanharam e os pensamentos pecaminosos que levam para o conúbio. É como os matrimónios entre altos e baixos, gordos e magros, feios e bonitos; enfim; uma pouca vergonha. A mim amedronta-me o facto de saber que um dia a minha filha pode vir a gostar dum gordo. E eu, como é que fico no meio disso tudo? Sim, eu que sou magro, esbelto como um pau de bambu. E os gordos não são assim, não sabem nada sobre bambu nem têm a minha delicadeza. Ainda no outro dia, estava eu a tomar um chá na esplanada e um sujeitinho baixo, daqueles com umas favolas de rato, aos pulos, tentava chegar aos beiços da moça com quem estava;  linda de morrer por sinal; sem o conseguir. Foi preciso a rapariga baixar-se para que se conseguissem oscular. Um coisa dantesca, imoral diria mesmo. Uma perfeita ofensa aos olhos de quem passava e acima de tudo à estética pública. Não está certo. Um feio baixo a beijocar uma alta bonita. É como o casamento entre ricos e pobres. Essa também é outra. Se isso tem algum cabimento. Um rapaz de boas famílias a casar-se, por exemplo, com a boasuda da filha do jardineiro da câmara municipal. Não pode. Não pode! É contra a natureza. Então e as brancas que agora também deram em casar com pretos? Pior ainda, pretos com brancas. Uma moça de Braga casada com um tipo do Burquina Faso. Acreditam? Está tudo doido. Nada é como dantes. Deixou de haver respeito, e moral! Já viram, as crianças que nascerem daquela indecência, que não tiveram escolha nenhuma, vão sair assim como que nem uma coisas nem outra; percebem? Realmente. Mais grave ainda, nunca vão saber se a educação delas é preta ou branca. E depois se só aprenderem os assuntos de preto? Já viram? Certamente ficam umas verdadeiras boçais, sem modos nenhuns, e na escola o que se vai passar é que vão levar as outras a aprenderem a comer aquelas comidas imundas que eles costumam comer com as mãos. Realmente é uma coisa sem pés nem cabeça. Não sei como é que se permite. Por este andar o mundo e a ordem natural da coisas, quer dizer, desaparece; não é? E eu? Então e eu que até sou uma pessoas de princípios, tenho que viver no meio de tanta impureza sem que se faça nada? Quer dizer, um dia destes tenho a minha filha a dizer-me que se casará com um baixinho do Botão. Estamos perdidos. Mas pior pior é aquela gente estéril que celebra bodas com elas vestidas de branco. Não podendo ter filhos porque é que ninguém faz nada e os governantes permitem tamanha obscenidade?, se o que elas querem é só fornicar. Fornicar! Enfim, uma infâmia. Não tarda nada até os padres casam com as madres? Já faltou mais para pessoas casarem com cavalos, e porcos e cães. Esses sim é que andam para aí a fornicarem-se por tudo quanto é esquina. Por exemplo, ali os meus vizinhos, que já são velhos, eu sei que eles fornicam. A sério, fornicam, vejam lá. Não devia ser consentido. Para mim, apesar de ainda continuarem aptas para fazerem aquilo, a partir do momento em que as pessoas deixam de poder conceber vida a lei devia obriga-las a separarem-se logo, para não acontecer o mesmo que acontece com os meus vizinhos. A velha não sei como é que é mas o velho, bem, ainda está ali firme e hirto, e se continuar tão debochado como é e a estafada da mulher não lhe conseguir sossegar o facho, um dia destes a neta entra lá em casa e o devasso salta-lhe para cima. Depois é que vão ser elas. Só nessa altura é que me vão dar razão. No fim não digam que não avisei. O próprio Deus deveria ser punido. Quer-se dizer: Por um lado dizem para aí à boca cheia que o valor da vida é inestimável mas por outro, um dia nascem duas mil crianças na china e, dois meses depois; contam esses modernista, e eu não acredito; uma bactéria espirra em Marte, vem um tsunami e as coitadinhas das crianças morrem todas. A lei devia punir os culpados. Para mim a culpa é do altíssimo. É uma pouca vergonha. Eu não sei. Com tanta libertinagem assim onde isto tudo vai parar? Alguém me diz? Depois não digam que não avisei. 

PBC

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Bostada VIP


Não sei porquê mas, cheira-me que, no sentido de elevar ainda mais o conceito de VIP a Verdadeira Inépcia Portuguesa, porque há falta de melhor é sabido o povinho gostar e papar, e uma vez que nos canais generalistas, por sugestão do Passos Coelho, a imaginação emigrou com a Esperança lá para vê lá se o coiso do departamento a encontra, a RTP, convicta de que assim passará a liderar a guerra de audiências prepara-se para lançar o “Bostada VIP”, um programa que pretende combater tanto o “Big Brother VIP” como o “Splash VIP”. Este projecto insere-se num conceito televisivo nunca visto, conceito este verdadeiramente inovador no referente ao entretimento, à captação publicitária e à geração de audiências. Trata-se de um reality show no qual, munidos de papel higiénico esburacado a orlar-lhes o pulso os mesmos VIP’s que estão em todas - como é o caso do meu amigo Sharandou -, convidados a receberem o habitual cachet se dispõem a revelar os seus entre folhos e a, com quanta pujança tiverem, cagarem para uma sanita transparente onde uma câmara no fundo capta o acto de defecar, a cor e a forma da bosta. Diga-se que os ditos entre folhos, neste programa, embora surjam em evidencia são secundários uma vez que já surgem em destaque nos da concorrência, motivo pelo qual as revistas, acredita-se, pouca ou nenhuma atenção lhe concederá. E assim não sendo, por consequência, o espectador, conformemente, também não. Em detrimento dos seus cagueiros esta será também uma maneira profícua de elevar a bosta VIP a rainha dos ecrãs.

Leia-se igualmente que, no âmbito da comunicação social, o “Bostada VIP” será uma pedra no charco e um verdadeiro fenómeno de sucesso no tocante à manutenção dos bons níveis de marketing nas redundantes e definhadas economias de escala dos grupos de media portugueses, esses que, se por um lado optimizam assim recursos e minimizam custos, por outro, bem, aqui, digo eu de que: VIP – Vão Impludir Porra. E aos lucros que emigraram com a imaginação nem as cagadelas VIP’s lhes valerão. Já nem falo nos conceitos editoriais a girarem sobre si mesmos e; bem...

Mas não há crise que, depois de uma sumária análise de benchmarking a toda esta situação passo imediatamente a dizer como fazer para se conseguir melhorar a coisa: Sabem como? Pois, tinham que me pagar, e muito, que de trampa e de enriquecer os outros estou eu farto.

PBC


quinta-feira, 25 de abril de 2013

Rio-me...



Olho para o céu e rio-me, não que se oiça, mas para dentro, para o mais profundo sentir de ser, lá para onde estar é guardar o cheiro de todas as estrelas que, de as conhecer de cor, seguram-me ao norte desta estrada sem bermas conduzindo-me o sorriso à certeza de as vir a beijar, um dia, não hoje, não amanhã, mas após o peso de prosseguir ser mais forte que um vago olhar, aí, então, este e não outro, já concavo de tanto saber que se me vivem estrelas no estômago, certamente, não será por nenhum outro motivo que não a sina de lhes dar guarida, alimentando-as. E olho para o céu, rindo-me, rindo-me em todo o silencio que me separa daqui até lá a cima, quase acreditando no existir um em cima ou um em baixo, como se para gargalhar fosse necessário crê-lo. Sim, rio-me, rio-me qual mão lisa amimando-me a fronte após tempos de perdição, edificando-me, seio-o agora. E a lua, cheia, feroz e sarcástica, parece rir-se irmãmente, sacana, indesmentivelmente furtando a todos os outros astros valência no firmamento. Nunca percebi porque ousa fazê-lo, se por vaidade dela, maldição ou sorte minha, ou se somente para que me acautele de cegueiras sobre a imortalidade do corpo ou da mente, já que é recorrente afiançar-me serem-no. E eu desacredito, não porque mo pronuncie, tão pouco porque mo negue, mas porque pelo normal das sinas físicas o constato; e por tal me rio, rio-me pois, porque um dia, como vivo, sem culpas finalmente, me finarei, deixarei para trás todos os caminhos mal seguidos que não soube tomar e todas as esquinas que me deram convicção ao existir por uma breve fracção de eternidade, bem merecida por sinal. E tenciono faze-lo com semelhante riso ao de hoje, e na idêntica tranquilidade com que abrirei mão de quem sei não ser nem quero a ninguém vender, que não tomo por peso a ilusão. Que mais vale a justeza do meu céu do que sombria terra alheia. Que menos certo é meu ego que a segurança de me conservar no necessário a levar para a cova. Que já não me amedronta o dia nem a noite, nem a morte, nem o frio, nem as percas, nem a fome ou a doença. Que para a assim não ser estão cá outros, a infernizarem-se pessoalmente. 


PBC

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Onde passa a nave?


Olá Boa tarde. 

Está por aí algum concentaureâneo que me saiba dizer onde se reúne a comunidade alienígena cá no planeta? E se por caso também sabe aonde se comprar um bom dicionário terráqueo V centaureâneo. Dava-me igualmente jeito saber onde e a que horas passa a nave para Alfa Centauros. É que quando me venderam as férias cá para a Terra esqueceram-se de avisar que estes terrestres são doidos. Pois, já sinto necessidade de voltar a falar a língua lá de casa.   

PBC

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

R=Ω x π/∞


Posso entender e até aprender a amar as parcelas da regra onde não és mas se me tornar como ela ter existido distante terá sido em vão. Por isso te digo que nem reunir-me com Pitágoras, Arquimedes e Einstein me esclarece o porquê de saber que no início, naquele doce espaço onde o tempo sucede em harmónica fusão éramos só um e que, no fim, após a nuvem de todos os fragmentos com que gravitamos apartados uma só concordância seremos.

PBC