sábado, 12 de julho de 2014

Espalham-se ao comprido.



Há algo de incongruente, ridículo diria mesmo, nesta questão do sexismo e formatação do género, essa história que logo à partida tanto pais como mães fazem recair sobre as suas pequena criaturas. É que o à revelia inserirem uns no clube da pilinha e outras no do folharéu na minha humilde opinião parece-me meio bacoco e desfasado da realidade actual. Aliás, só serve o marketing das marcas. Quando olhamos para a aquisição de papeis que a evolução passou a oferecer a verdade de hoje mostra-nos que a harmonização da luta pela igualdade de géneros; será sempre utópica; já não se coaduna com a dos nossos antepassados. Pelo contrário, rompe com ela. Mas apesar disso, vê-lo e fazer por entendê-lo de frente pugna por passar-nos ao lado. Em linha simples, progenitores e sociedade em geral espalham-se ao comprido neste fazer a cama onde acabam por se deitar. Quer dizer; fazem a cabeça aos miúdos no sentido de nem menina brincar com carrinhos, nem menino com bonecas ou menino não usar calças cor de rosa nem menina chucha azul e outras tantas. Mas como na maior parte das vezes, por lhes estar imposta essa função, com a conivência e silenciosa exigência dos homens são elas a fazerem as escolhas do que e quando usar começa e acaba a ser sobre as mesmas que recai muita da responsabilidade. Falo das mães, das que transformam as suas raparigas em verdadeiras Marias Antonietas versão couve lombarda fúscia e os seus rapazes em verdadeiros escafandros, cinzentões, versão bota da tropa, as mesmas mães que não só não gostam de serem vistas como aselhas e perigos na estrada como nos entremeios acabam a reclamar e a barafustar com os parceiros, criticando-os directamente ou em conluio de classe, clubistas, entre elas, amaldiçoando-os, catalogando-os de ineptos e desajeitados num simples mudar fraldas. Esquecem-se é que assim nunca permitirão aos seus pequenos e grandes homens especializarem-se em tarefas que a elas mesmas simplificariam a vida, já que passariam a obter um apoio muito mais fluido no cuidado com os filhos. Aliás, salvo raras excepções, finalmente, e graças a Deus ou ao demónio que por vezes também entra nestas contas, alguns homens já começam a assumir os seus papeis mais alargados enquanto pais, embora para descrédito do dito sexo forte o grosso ainda fuja da tarefa de pai em todas as frentes. Já no respeitante à atitude destes, quando se referem à sua macheza e virilidade por conduzirem sem cuecas cor de rosa, eu que nunca o fiz, em caso de necessidade, por exemplo e sem ser exemplo para ninguém, vesti-las-ia não temendo que sobre o meu material se abatesse alguma enfermidade ou moléstia incapacitante; razão de sobra para me dar prazer afirmar que moléstia é viver acomodo a um em nome dum passado histórico erigido à volta duma sociedade patriarcal a caminho da extinção mas toda a via continuando a esbracejar para não sucumbir à evolução da espécie pugnando já sem sentido por manter intocável o reduto macho, ou de princesa, como quiserem. Só que presentemente ser macho implica conseguir colocar numa queca todas as cores do espectro visível. E já agora; aqui para nós que ninguém nos ouve; ser mulher também. Não entendam não não ser de todo a cor ou o objecto a ditarem o género mas a maneira do individuo lidar com a sua identidade e daqui a uns anos digam-me qualquer coisinha que nessa altura quem se rirá serei eu.

PBC

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