Estranho estranho
era alguém descobrir ser fruto da obra e graça do Espírito Santo ou filho da
Virgem Santíssima, questionando-se acerca das cambalhotas dadas pela mãe com um
pai, quiçá, extra terreno, ou até somente existente nos sonhos de sabe-se lá
que puríssima dona. Enfim. Daí estar em crer que o não nos regozijarmos pelas próprias
origens é negarmos a nossa inerente existência: qualquer coisa como o colocarmos mais lenha no ficarmos
presos aos padrões e comportamentos dos nossos antecessores, esses que, quais
carantonhas vindas do passado, à laia de opacas assombrações, agoiram-nos a
prossecução do caminho rumo à liberdade, acabando paralelamente a boicotar-nos o acesso à
evolução e ampliação da especialização genealógica não só da árvore donde
provimos como da espécie na qual nos inserimos. Duvidem ou não disto podem
tirar o cavalinho da chuva que quanto a mim, na mesma, adianto-vos este não só
mas também, que famílias fazendo tudo para manter a linhagem dentro dos limites
ou clausura de alguns dos seus legados, gostos e ambições, como se todas as
suas aprendizagens e dos seus antepassados fossem o standard de excelência a preservar,
quais peregrinos desnorteados procurando destino mas diante dele embasbacam na
eminência de se verem conduzidos a portas que, uma vez alcançadas e abertas, em
vez de os livrarem de amarras, pesos e dores trazidas da ancestralidade mais o
cerram. Só que ao invés, como que a certificarem-se da legitimidade e verdade
da sua entidade, no lugar de avançarem para elas acabam a olhar exclusivamente
para a areia existente no inicio desse caminho, a que os leva a evitar
percorre-lo, pelo medo de no avanço, ao fim, encontrarem uma única porta, porventura,
e acreditam-no, aquela onde a culpa divina os subjugará e punirá por terem saído
a si mesmos e não aos seus. Porém, aqui, há ilusão. Esclareço: Por continuarem
arreigados à culpa, digo, limitações genealógicas, não só estagnam a sua
geração como represam a anterior fazendo por neutralizar nos seus predecessores
a liberdade de serem. Talvez por isso mesmo queira estar atento ao legado familiar
adveniente do meu lado, direccionado à minha filha. Por exemplo, à falta de
melhor a oferecer-lhe mostrar-lhe-ei e ensinar-lhe-ei a comer segundo os
preceitos da etiqueta da qual, por contingências familiares, lá está, papei
alguns livros. A comer com as mão, com os pés e até a ajavardar também
ensinarei, pois que, presumo, virá a sentar-se à mesa, e sentando-se, que possa
saborear manjares de todo o tipo e em concordância com a sua consciência gustativa
e fluência comportamental. É, acredito que a diversidade de modos e experiencia no
adquiri-los levarão mais longe os propósitos do seu ADN e descendência. A mais,
e aí falo por mim que dos outros falarão eles mas não necessariamente me convencerão, na diferença geracional, para
limitado e estupidamente avesso à supressão de aberrações familiares basto eu.
PBC