No percurso fluido da ascensão
galopam em silêncio
planícies de memórias e unicórnios de cristal
e calam-se mais fundo
no ventre
acetinadas gemas de safira
ou, como volúpia e história rasurada
a sombra dos planetas maiores
clarificando-se
quais impolutas silhuetas de amor
os oceanos de prata
onde deposito
já crepúsculo
o olhar
acobertando os sentires
E é aí que
nos umbrais das manhãs submersas
entre umas e outras
distingo e depois sorvo
esses mares em que naufragas
gotas de orvalho
a permanência
a saliva
e a memória dos frémitos com que te fazes desejo
por um só destino
e as palavras que nunca vencerão a noite
se nos braços de uma metáfora te resumo
no todo ou no anseio dos beijos em que afinal nunca partiste
sonho atrasado
e alma com que respiro
o éter que me devolves
o cais onde aporto a razão do teu olhar
meu vulto
erguendo na miragem do horizonte
uma única ideia
ou o resumo do canto das sereias
no percurso fluido da ascensão
PBC
Sem comentários:
Enviar um comentário